Por vezes gosto de fazer analogias na consulta de naturopatia, é fácil a compreensão e a tomada de consciência.
Era uma vez (imagine) um ser humano, vivia numa cidade do planeta terra, sempre a correr entre tarefas (filhos, casa, trabalho atividades, compras). Procurava ter mais qualidade de vida, manifestava esse interesse. Procurava trabalhar mais, para dar mais aos filhos e desta forma considerava que estava a aproximar-se do seu objectivo.

Sabia que a vida era assim … sabia que a vida não pára … sabia que o mesmo acontecia com os outros e isso dava-lhe algum conforto, mas não lhe trazia a paz e o bem-estar.
Depois pensava, é o preço que se paga, mas tenho uma boa qualidade de vida!

Certo dia, o corpo começa a dar alertas, vários, erráticos, intermitentes. Vai ao médico, faz exames, análises, despista de A a Z. Vive preocupado, procura um diagnóstico, volta a fazer exames, toma medicamentos. Acrescenta mais alguns sinais e sintomas. Sente-se o afortunado por poder ir ao médico, por fazer os exames e comprar os medicamentos.
Melhora, mas não está bem. A vida continua, passam uns meses e voltam novos sintomas, agudizam-se outros que já tinha. Começa à procura de outras alternativas, outros profissionais de saúde. Sente-se perdido, triste, questiona-se, mas a vida é assim?! Começam as vir questões e mais questões, porque a mim, porque agora (presente), o que faço, como é que vai ser (futuro)?

Observando a vida sobre outro prisma…. Fazendo uma analogia com uma árvore.
As raízes são a sua base, a nossa essência (SER) devem ser nutridas por alimento de boa qualidade e na quantidade certa, respirar de forma consciente, exercitar, ter bons pensamentos e bons sentimentos.
O tronco é o equilíbrio da árvore, podemos considerar o (ESTAR) a nossa relação com o meio e com os outros, nem demasiado flexível nem demasiado rígida, ambas partem.
Os galhos da árvore são sazonais, estão viçosos na primavera/verão e caem no outono/inverno, também podemos dizer que no ser humano (FAZER) são tarefas. Fazemos e ficamos satisfeitos e batem-nos as palmas, no entanto é temporário/sazonal.
Os frutos são saborosos, dão prazer, mas é momentâneo. Também podemos equiparar ao (TER), temos saúde, trabalho, amigos, casa, etc., no entanto tudo pode mudar.

Voltando ao ser humano, a homeostase/equilíbrio dinâmico está em olhar para dentro. De dentro para fora. Nutrir as raízes da vida (SER), criar boas estruturas de afectos e relações (ESTAR).
FAZER e produzir de forma ajustada ao SER e ao ESTAR, de acordo com o seu biorritmo. TER na medida certa em que pode usufruir, valorizar o agora (presente) e fazer vibrar no amanhã (futuro).

Afinal já viu alguma árvore só com galhos e frutos?
Alimente as raízes da sua árvore, pois existem muitas árvores centenárias e de boa saúde só com raízes e tronco.