Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou aceder a informações do dispositivo. Consentir com essas tecnologias nos permitirá processar dados, como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamante certos recursos e funções.
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para o fim legítimo de permitir a utilização de um determinado serviço expressamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou para o fim exclusivo de efetuar a transmissão de uma comunicação numa rede de comunicações eletrónicas.
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenamento de preferências não solicitadas pelo assinante ou utilizador.
O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos.
O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anónimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte do seu Fornecedor de Serviços de Internet ou registos adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de utilizador para enviar publicidade ou para rastrear o utilizador num site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
Silêncios barulhentos
Uma vez ouvi uma história num outro contexto fora da consulta, enquanto uns choram outros vendem lenços, que me fez todo o sentido.
Muitas consultas começam assim com lenços na mesa, mas cabe ao terapeuta mudar esta frequência e passar a vender lenços.
Nem sempre esta mudança é fácil e acessível a todas as pessoas.
Há aquelas que gostam de um bom lamento e vivem dessa escolha pessoal consciente ou inconsciente.
Nesta semana tive uma consulta destas, ouvi, deixei libertar, acalmei. Tive que travar o rumo, agora vamos trabalhar, vamos colocar ação, vamos começar a arregaçar as mangas.
Instalou-se um silêncio na consulta … um silêncio barulhento.
Oiço uma voz tímida dizer-me “não sei se quero, toda a vida vivi assim e só sei viver assim.”
Por dentro senti um misto de emoções, sair da zona de conforto é árduo, no entanto tomar consciência dessa zona é um trabalho grandioso.
Assisti por breves momentos a uma tomada de consciência, vinda das entranhas mais viscerais.
Olhei com compaixão, mas proferi: é uma escolha sua, respeito qualquer que seja a sua escolha. Se quiser caminhar numa estrada diferente, estou disponível para caminhar consigo. Se quiser manter-se nessa estrada aceito e despeço-me de si, até um dia. Pode ser que esse dia não seja hoje, não seja agora. Sabe aonde me encontrar.
Não voltou mais….
Podia sentir-me frustrada, podia sentir-me triste, podia sentir-me amargurada. No entanto, senti compaixão e sei que a dor é um caminho que pode levar a um sofrimento enorme. São escolhas, escolhas individuais que respeito, pois o livre arbítrio de cada um é soberano.
Lembrei-me do que o meu pai me dizia “ensina a pescar não dês o peixe”. Gosto mais de ensinar a pescar do que vender lenços.
Pesquisa
Artigos recentes
Calendário